terça-feira, 8 de junho de 2010

LÊ GUEDES - Um Arco-Íris Na Estrada

 

SUTILEZA CERTEIRA !

No mercado da música independente, existem diversos trabalhos que se destacam, por si só, em termos de qualidade de produção e composição. "UM ARCO-ÍRIS NA ESTRADA", primeiro trabalho do cantor e compositor pernambucano Lê Guedes, é uma ótima surpresa, pois o disco se desenrola de maneira sutil, e faz com que o ouvinte preste atenção no atrativo que, muitas vezes, se perde devido à excessos de produção: a simplicidade aliada a boas doses de sofisticação. Boa parte disso, se deve à fusão de influências musicais que passeiam pelo MPB, Folk e sutis elementos de Pop-Rock, temperadas com letras simples, porém poéticas.

Felipe Pegoraro, o Pipo, grande amigo e incentivador de Lê Guedes, produziu "Arco-Íris" e participa da gravação tocando guitarra, baixo, violão, teclado, bandolim e percussão, juntamente de Tatá Muniz na bateria, e do próprio Lê, que toca violão e, obviamente, canta em todas as faixas.

Suas canções abordam questões sociais, o amor e a natureza de maneira bem peculiar. "Arrisco" faz uma analogia entre as montanhas, que "são verdes ao longe", as ondas do mar "que se quebram e o que parecia manso, deita agitado", e os sentimentos mais profundos, onde "pra se ler um coração, é preciso olhar bem perto, a luz dos olhos acender, clarear o peito". E essa é uma parceria de Lê com Maria Izilda, que também fizeram "Arco-Íris Diferente" com a cantora e compositora Nô Stopa.

O amanhecer, o Beija-Flor e a chuva, tem lugar em "Aquela Gota", que tem um belo coro de vozes, e em seguida, a certeza de um futuro novo, regado pelas mudanças constantes em "Arco-Íris Diferente". Nô Stopa e Jú Carvalho emprestam suas belas vozes nessa canção e em "Estrada".

"Como é Vital", que poderia ser facilmente interpretada por Nando Reis e os Infernais, fala da trajetória de um pássaro aos olhos de alguém que percebe como é importante cuidar de tudo que tem vida e do ar: "Olhei você e vi como é vital, o ar pra respirar".

Fernando Amitelli, do Teatro Mágico, aparece como co-autor do reggae "O Navegante", sobre aqueles que ganham a vida no mar, como pescadores e marinheiros. "Abstinência" é sobre a esperança de unir as pessoas, a fim de termos, política e ecológicamente, uma vida melhor.

Canção de amor, "Estrela" diz como "acreditar nos sonhos, no amor e vencer o impossível", e traz Pipo fazendo um belo solo de guitarra que acrescenta muito à canção. A poesia e um sofisticado arranjo, permeiam "Rosa-dos-Ventos", na minha opinião, uma das mais belas canções do disco.

Lê percorre a "Estrada" que "é longa e dura" a fim de "intensificar todo momento ávido de amar" E, por fim, "Tudo Azul" canta o dar e receber amor, com um arranjo intimista com violões e belas frases de bandolim, mais uma vez executados por Pipo.

O músico pernambucano de Recife está em fase final de seu segundo trabalho entitulado "EVOLUÇÃO". Mas com certeza, ele já deixou atestado que há um pote de ouro, que não está no final do Arco-Íris, nem quando acaba a estrada. E, sim, nesse disco e nas belezas da natureza, da vida e do amor.
Salve Lê Guedes!!!


Abaixo, músicas de Lê Guedes

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