terça-feira, 25 de maio de 2010

GEORGE ISRAEL - Distorções do Meu Jardim (2007)





JARDIM ELÉTRICO !

Acertou a mão!
É tudo que se tem a dizer de George Israel ao ouvir o segundo disco solo do saxofonista do Kid Abelha. Gravado ao ar livre no jardim de sua casa e em estúdio, "DISTORÇÕES DO MEU JARDIM", em resumo, é um disco pop de qualidade invejável ! 

"A Noite Perfeita", faixa de abertura, parceria com Leoni (que faz vocal e toca baixo), fala sobre uma garota que se prepara para curtir a balada e desiste na última hora deixando oportunidades passarem.

Com Alvin L, "Alguém como você" cativa pela simplicidade, seguida de "Trailer", que tem arranjo legal de metais. "Como você já é", balada de George com Suely Mesquita, fala sobre amar uma pessoa sem querer mudá-la, e "Muda" aborda as mudanças em geral. E ainda homenageia Cartola no clássico "As Rosas não falam" numa versão "Balada-Rock-Vintage" com direito a uma citação incidental de "I want you (She's so heavy)" dos Beatles, imortalizada no famoso álbum "Abbey Road" (aquele da capa em que eles atravessam a rua). 

Abrindo seu baú de parcerias inéditas com Cazuza, junto com Nilo Romero, "Mina" fala sobre a "garotinha" que conheceu antes e a reencontra totalmente crescida. Psicodelia-pop em "Chão de Jardim", parceria com Marcelo Camelo, que também canta e toca violão, e "Eu Posso falar Mais Alto" (mais uma com Alvin L) com participação de "Os Britos", seu projeto paralelo com Guto Goffi e Rodrigo Santos, membros do Barão Vermelho. 

Jorge Mautner dá as caras em "Curados ao Sol de Copacabana" dedicada aos avós de George, Ruth e Frederico. "O céu nos protege", parceria de George, Guto Goffi e Dadi, traz seu filho Leo Israel tocando bateria, e "No Amor que vem" que fecha o disco.

"DISTORÇÕES DO MEU JARDIM" é uma ótima referência para quem quer conhecer seu lado criativo fora do Kid Abelha, além de encontrar peculiaridades como no seu trabalho de estréia "4 Letras", que, em breve, será analisado detalhadamente. 

Muita gente sabe da frutífera parceria de Cazuza com Roberto Frejat, mas foi junto a George que o "Exagerado" compôs canções que, até hoje, trazem certa relevância em alguns temas como "Brasil" e "Burguesia". Essas parcerias e outras inéditas serão registradas na voz de George em um álbum que terá participações de Marcelo D2, Elza Soares e do próprio Cazuza.
Agora é só esperar para ver, ou melhor, ouvir !
Salve George !

Clique aqui para ver o site oficial de George Israel

MARIA GADÚ - Maria Gadú (2009)



SINGULARIDADE E BELEZA !
(De Ponta a Ponta)

Uma bela surpresa, que agitou o cenário da música brasileira em 2009, tem 22 anos e nome: MARIA GADÚ ! 
 
Essa paulistana viu sua vida de pernas pro ar quando assinou contrato com a Som Livre em menos de cinco meses que chegou ao Rio, e viu seu trabalho ser apreciado por monstros sagrados da MPB como João Donato, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Tanto no Cinemathèque (onde foi o show de lançamento) como no disco (que leva seu nome), Maria Gadú mostra um disco surpreendente que une bom gosto e repertório ímpar, aliado pela sua voz suave, que virou marca registrada graças à insistentes execuções de "Shimbalaiê" na novela Global "Viver a Vida" de Manoel Carlos. 

Ao lado de músicos de qualidade como baixista Dadi (ex-Cor do Som, Caetano Veloso, Tribalistas) e o percussionista Marcelo Costa, Maria Gadú destila composições suaves e com influência brasileira acentuada, logo nas primeira faixas. 

"Bela Flor", o lindo samba "Altar Particular", a melodia de "Dona Cila", dedicada (assim como o disco) à sua avó, e a já citada "Shimbalaiê" onde ela assume o violão e assina a autoria dessas canções e de "Escudos", a suingada "Laranja" que tem Leandro Léo (vocal), Cesinha (bateria) e um solo de baixo respeitoso de Arthur Maia, "Lounge" e "Encontro".
Destaque também para a releitura de "Ne me quitte Pas" de Jacques Brel, famosa na voz de Maysa, "A História de Lily Braun" de Edu Lobo e Chico Buarque, parte da trilha sonora do musical "O Grande Circo Místico"(1983) cantada originalmente por Gal Costa. 

Belas novidades como "Tudo Diferente" de André Carvalho, com um arranjo de violino de Nicolas Krassik, e a genial interpretação para "Linda Rosa" de Gugu Peixoto (da banda Playmobille) e Luis Kiari. 

A "cereja do bolo" que ficou para "Baba" (Sim, aquela mesma!!!) da Kelly Key, numa versão apenas voz e violão, comprovando a teoria de que as canções que julgamos ruins, são na verdade, falhas de interpretação de quem as grava. Falha essa que não se encontra nesse disco, que causará certo impacto ao ouvinte, e depois de mais algumas audições, só a impressão de que esse disco já rolava no cd player de sua casa há muito tempo. 

Parafraseando Chico, Gadú "disse adeus e já foi com os seus pr'uma turnê", por sinal bem sucedida. Long live to Maria Gadú. Belo disco de ponta a ponta! Pronto, falei !!!

Site oficial de Maria Gadú